Certa feita, durante uma safra seca, recebendo a visita de um amigo mostrei-lhe uns DVDs que guardo de alguma brigas em torneios nacionais, em um destes torneio eu estive presente conferindo in loco a qualidade dos combatentes em um dos principais rinhadeiros brasileiros de sua época. Meu amigo, que nunca "saiu pro limpo" como já esperava, logo soltou, quando no televisor assistíamos a uma rinha embaraçada:
- Mas aqui nas tocas brigam galos melhores dos que estes dois aí!!!
Sorvi o mate com gosto, pois a resposta para tal afirmação estava na ponta língua, soltei:
- Bom meu amigo, tudo na vida é uma questão de ponto de vista. Estes galos, conforme um dos proprietários mesmo relatou-me foi pagou R$4mil, depois de alguma brigas ganhas e o outro já havia ganho outra rinha neste mesmo local, eles se nivelam, e se anularam.
Completei:
- Ali é um local onde encontravam-se os melhores galos, dos melhores criadores e compradores do Brasil e eles brigam num mesmo nível desportivo, esta foi uma briga por R$ 20mil os galos competiram em condições de igualdade. Lá, também sai briga de R$1mil, para se provar isso, é fácil, é meter um galo 8, 9 horas num carro ou pegar uma avião e se atracar, aliás como naquela data da mesma briga que assistimos, um grande amigo e eu o fizemos.
Li no blog do Renato Gameiro, http://albatrozusa.blogspot.com.br/ , já tem um certo tempo, que durante uma visitas aos haras da região de Bagé, foi assistir a um jogo de um time local que disputava a seria A do campeonato gaúcho e neste jogo chamou-lhe a atenção, um camisa 10 deste time que acabou com o jogo. Por coincidência na data de sua viagem de volta o mesmo time enfrentaria ao internacional em Porto Alegre, ele foi lá conferir o tal camisa 10 jogar pensando que iriar novamente acabar com o jogo, resumindo, um tal Guinanzu, grudou nas costas do tal camisa 10 e ele não viu o cor da bola.
Renato completou que assim como no futebol cavalos competem nivelados, time da serie A são como os cavalos de alto nível ganhadores de provas de grupo, clássicos e comparou o nível dos hipódromos e de suas disputas aqui no Brasil ao dos principais centros do turfe internacional, dizia ele que ganhar uma prova em Kentucky, em Ascot, e o must, porem ganhar do time da série D é não ganhar de ninguém e perder pra um time da série A, é perder pra alguém.
Com galo as coisas são parecidas, competem em rodas regionais, os que se destacam são vendidos e serão provados em rodas mais pesadas de nível superior ou com topo mais alto e assim por diante.
Estes dias fui convidado pra uma pelada de futebol destas de final de ano. Lá haviam na maioria deles, jogadores que disputavam campeonatos municipais e regionais e um deles era um profissional que esteve jogando 2016 pelo XV de Piracicaba mas com seu passe vinculado ao AUDAX. Joguei por alguns minutos, de língua de fora, dei lugar para outro. Era um dos mais velhos em campo, correr atrás da molecada faz perceber que não temos mesmo idade mais para isso, jogar em nível superior, hoje é impossível. Do lado de fora pude notar melhor a diferença entre um jogador profissional e jogadores de final de semana, mesma idade, altura, peso porém uma categoria e um preparo absurdamente superior.
Assim tenho que concordar com Renato Gameiro, ganhar uma rinhazinha de 100, 200 na toca é bom, aliás, ganhar é sempre bom, mas isso não bota nosso galo num patamar numa categoria superior, logo, ganhar este tipo de rinha pode não ser mais que nossa obrigação, mas quando competimos ente os melhores ganhado ou perdendo podemos ter a devida noção em que nível encontram-se fisicamente e tecnicamente nossa galaria.
Então...desculpem-me quem assim não pensa, mas em se tratando de galo, como não existem divisões, série A, B, C ou D ou classificação de provas especiais, clássicas ou de grupo I, II ou III, deve se fazer o seguinte questionamento:
Então...desculpem-me quem assim não pensa, mas em se tratando de galo, como não existem divisões, série A, B, C ou D ou classificação de provas especiais, clássicas ou de grupo I, II ou III, deve se fazer o seguinte questionamento:
BRIGOU ONDE?
COM QUEM?
E POR QUANTO?
Como diria minha falecida mãe:
LÉ COM LÉ E CRÉ COM CRÉ!!!