PEQUENO PAPO DE BOTEQUIM: OBJETIVOS E PROJETOS
MUITO DO QUE ESCREVO
É PRODUTO DE CONVERSAS
QUE TENHO COM GENTE
LIGADA AO TURFE
E semana passada por mais de uma hora dialoguei com um correntista sobre o que transcrevo abaixo.Em qualquer atividade, você tem que traçar seus objetivos. E a partir destes, estabelecer sua forma de conduta de forma a conquista-los. Quanto mais complexos forem estes objetivos, mas você deve estar preparado para enfrenta-los. E em muitos casos, um projeto é necessário.
Você nunca se perguntou, qual é o verdadeiro objetivo de se criar cavalos de corrida no Brasil? Nossa atividade é deficitária. Nosso mercado de venda, por demais restrito. Logo, qual seria a razão? Estoicismo? Abnegação? Penitência?
Penso que você só deva ser criador, se puder criar aquilo que não conseguiria adquirir numa venda de outros. É um principio simples e básico, pois, se não assim o fosse, por que então fazê-lo? E partindo deste principio, parte-se para a segunda premissa que precise de uma resposta: qual seria o objetivo de sua criação? O de ganhar as seis ou sete principais provas do continente: o Brasil, o São Paulo, os OSAFs, os derbies e quem sabe o Pellegrini? Ou apenas o páreo da segunda feira? Desculpem, mas fora das seis provas citadas, não penso que seja inteligente se criar cavalo em um mercado como o brasileiro. A não ser que exista uma vazio tão grande em sua existência, que se torne imperativo, fazê-lo.
Estaria eu sendo rigoroso? Creio que sim. Mais haveriam razões maiores para se criar cavalos de corrida no Brasil? Se houverem, por favor me avisem. Juro que publicarei.
Em nossa atividade, infelizmente, os páreos muitas das vezes resumem aquela velha máxima: alguém tem que ganhar. E aquele que cansa mais tarde, acaba por fazê-lo. Isto não pode ser considerado parâmetro de medição de classe. Outrossim, não é muito comum disto vir a acontecer nestas provas que citei. Raras, são as exceções. Nestas carreiras especiais, você tem que ter munição para a batalha. E sua munição são os cavalos e os profissionais que o servem, como citei anteriormente quando me referi ao Moreira.
Outro dia escrevi que quando conheci o Stefan Friborg (leia-se Stud estrela Energia), ele foi claro e direto em seu objetivo: queria ganhar a Dubai Cup. Você tendo um objetivo, fica simples se traçar um projeto. E assim, um projeto foi desenhado, construído e colocado em funcionamento e em menos de quatro anos ele o conseguiu. E ai um gaiato me disse, mas com sorte, pois, você acabou o fazendo com um elemento cujo pedigree nem era estas coisas. Discordo.
Gloria de Campeão tinha suas virtudes genéticas. Não tenho culpa, que depois que ganhou a prova mais bem dotada do universo, muitos foram aqueles que partiram para adquirir filhos de seu pai, Impression. Ótica errada, não culpa do cavalo. Não culpa minha. Culpa apenas daqueles que ouviram o galo cantar, sem ter a menor noção da onde. Aliás, isto m muitas vezes já havia acontecido. Vi a mesma situação com Dance Bid, depois do aparecimento de Keith Richards, com Honeyville, assim que Fitz Emilius começou a colocar suas garras de fora e acreditem ou não não até um criador-proprietario de São Paulo, que aventou a possibilidade dele trazer Monarchos, depois de sua filha, Estrela Monarchos, mostrar ser do negócio. Desculpem, mas não foi bem por ai, que Glória de Campeão me atraiu. Seu pai, era na realidade o que mais me preocupava.
Publiquei aqui, um levantamento sobre a linha de Brilhantíssima, a 3-o, e nele demonstrei, que esta rama, por intermédio de outro segmento, foi de suma importância em nosso continente. O estabelecido pela reprodutora britânica Sickle Moon, uma ganhadora de apenas uma carreira, mas que acredito ela tenha ajudado a fazer do Comalal, uma das maiores forças de nosso continente.
Outrossim, em minha formação como estudioso de pedigrees, confesso que fui muito influenciado pelo Haras Ojo de Agua. E neste estabelecimento de cria, três éguas foram fundamentais, de fazê-lo ser ainda maior que o Comalal. Uma delas foi Whirlwind, sendo esta, outra de origem britânica, trazida por Santiago Luro, para a Argentina, no final do século XIX.
Creio que Whirlwind, Venusta, Nesta, Ante Dien e Sickle Moon, estabeleceram a base de grande parte da criação argentina. Trata-se de uma opinião particular, e como tal tem que ser levada apenas em certa conta, mas o que interessa, é que Gloria de Campeão, primeiramente me agradou fisicamente, em minha visita a seu haras de criação. Era uma pintura de cavalo. E como não escolho cavalo por pai ou mãe, e sim por linha materna e estrutura genética, me reservei a dar uma olhada em seu pedigree, para medir a validade do preço ou não. Quando passei a estuda-lo, vislumbrei um acentuado e visível Rasmussen Factor em La Farnesina, esta uma descendente de Whirlwind, via seu ramo mais proeminente, o estabelecido pela filha de Kendal, Casiopea. No mais, a presença de Clackson, como avô materno nunca atrapalha. Bal a Bali que o diga…E o fato de descender de Best in Show, via Sex Appeal, era uma garantia.
Pois bem, aceitei o preço sem discutir. Na verdade pagaria até mais, se necessário fosse. O adquiri e foi assim que o Brasil, pela primeira vez, - e quem sabe última - ganhou uma Dubai Cup. Volto a repetir. Não me culpem, pelo que as pessoas deduziram e passaram a fazer depois da vitória dele na prova de Dubai. Errônea ótica.
No Brasil, o reprodutor tem uma importância vital na seleção. Já vi profissionais, se recusarem a sequer examinar indivíduos, pelo simples fato de serem filhos de determinado reprodutor. O que para mim, é um erro, básico, pois, o bom cavalo pode vir de qualquer lugar, ser filho de quem quer que seja, e pertencer a qualquer um. O que difere são os percentuais, em que isto vem a acontecer.
Logo, você tem que estabelecer seus objetivos e então traçar seus projetos. E ai então sonhar com um Brasil, um São Paulo, um Pellegrini e também em Breeders Cups, Dubai Cups e King Georges. Já provei não ser um bicho de sete cabeças, sequer imaginar que possa ser impossível.
Quem quiser acertar, tem que primeiro limpar a casa. Fazer uma análise do que vale a pena ficar e o que deva sair. Não ter pena de enfrentar a situação, ciente que poderá errar em uma ou outra dispensa, mas ganhará nas outras nove ou dez. Ai depois de re estruturado, partir para o seu projeto, cercando-se de profissionais que saibam o que estão fazendo. O tempo dirá, se você está certo ou não. Qualquer outra forma, pode até o ajudar, mais levará mais tempo e dinheiro.
http://albatrozusa.blogspot.com.br/2014/02/pequeno-papo-de-botequim-objetivos-e.html
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